A D. BÁRBARA HELIODORA

(remetida do cárcere da ilha das cobras)

Bárbara bela,

Do Norte estrela,

Que o meu destino

Sabes guiar,

De ti ausente

Triste somente

As horas passo

A suspirar.

Por entre as penhas

De incultas brenhas

Cansa-me a vista

De te buscar;

Porém não vejo

Mais que o desejo,

Sem esperança

De te encontrar.

Eu bem queria

A noite e o dia

Sempre contigo

Poder passar;

mas orgulhosa

Sorte invejosa,

Desta fortuna

Me quer privar.

Tu, entre os braços,

Ternos abraços

Da filha amada

Podes gozar;

Priva-me a estrela

de ti e dela,

Busca dous modos

De me matar!

PEIXOTO, Alvarenga. Obras Poéticas. [Inácio José de alvarenga, com uma introdução e notas de Domingos Carvalho da Silva]. Coleção Documentos - Clube da Poesia. Edição patrocinada pela Prefeitura do Município de São Paulo, 1956, p.60.

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