ASSOVIO

Ninguém abra a sua porta

para ver que aconteceu:

saímos de braço dado,

a noite escura mais eu.

Ela não sabe o meu rumo,

eu não lhe pergunto o seu:

não posso perder mais nada,

se o que houve já se perdeu.

Vou pelo braço da noite,

levando tudo que é meu:

– a dor que os homens me deram,

e a canção que Deus me deu.

MEIRELLES, Cecília. Obra Poética. 2a Ed. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967, p.157-158.

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