ESTELA E NIZE

Eu vi a linda Estela, e namorado

Fiz logo eterno voto de querê-la;

Mas vi depois a Nize, e a achei tão bela

Que merece igualmente o meu cuidado.

A qual escolherei, se neste estado

Não posso distinguir Nize de Estela?

Se Nize vir aqui, morro por ela;

Se Estela agora vir, fico abrasado.

Mas, ah! que aquela me despreza amante,

Pois sabe que estou preso em outros braços,

E esta não me quer por inconstante.

Vem Cupido, soltar-me desses laços;

Ou faz de dois semblantes um semblante,

Ou divide o meu peito em dois pedaços.

PEIXOTO, Alvarenga. Obras Poéticas. [Inácio José de alvarenga, com uma introdução e notas de Domingos Carvalho da Silva]. Coleção Documentos - Clube da Poesia. Edição patrocinada pela Prefeitura do Município de São Paulo, 1956, p.29.

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