HAIKAIS

caridade

Desfolha-se a rosa.

Parece até que floresce

o chão cor-de-rosa.

infância

Um gosto de amora

comida com sol. A vida

chamava-se: "Agora".

velhice

Uma folha morta.

Um galho, no céu grisalho.

Fecho a minha porta.

noroeste

Dilaceramentos...

Pois tem espinhos também

a rosa-dos-ventos.

o "haikai"

Lava, escorre, agita

a areia. E, enfim, na bateia

fica uma pepita

ALMEIDA, Guilherme de. Meus versos mais queridos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1988. p. 127.

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