NOITE MORTA

Noite morta.

Junto ao poste de iluminação

Os sapos engolem mosquitos.

Ninguém passa na estrada.

Nem um bêbado.

No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras

Sobras de todos os que passaram.

Os que ainda vivem e os que já morreram.

O córrego chora.

A voz da noite...

(Não desta noite, mas de outra maior.)

BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Cia. José Aguilar, 1967, p.232.

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