Seu lábio, a tua sede e intenso ardor,
Como a frescura de uma fonte, acalma;
Venceste-a, amante; e a porfiosa palma
Colheste, em beijos, no seu lábio em flor.
Deu-te noites ideais, sob o esplendor
De um céu de núpcias – tenda azul, tão calma,
Tão límpida, tão pura!... E deu-te (Ó alma,
Que mais desejas?!) todo o seu amor!
Ele, o amor, na progênie perpetua
Essa, em que te incendeias, sacra flama,
– Bafo imortal dos deuses imortais.
E essa imortalidade é tua, é tua!
E essa imortalidade, ele a proclama
Em ti! Ó alma, que desejas mais?!
CORREIA, Raimundo. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1961, p.257.