Questões de 281 a 320

Gabarito

281. (UNIV.CAT. PELOTAS) Em relação a Erico Verissimo, todas as alternativas são corretas, exceto:

  1. Utiliza a técnica do contraponto, interpretando diversas histórias, influenciado por traduções que realizou da obra de Aldous Huxley.

  2. Registra os valores e costumes de uma pequena burguesia que se tornava, pouco a pouco, o setor social mais representativo de Porto Alegre.

  3. Em O Tempo e o Vento, o ciclo se dá pela sucessão de duas famílias-chaves, os Terra e os Cambará, que se aproximam várias vezes pelo casamento.

  4. em Incidente em Antares retoma a temática do interior, agora sob uma perspectiva crítica, refletindo a realidade social e política do Brasil nos anos sessenta.

  5. Aborda, em toda sua obra, o caráter materialista da vida, vendo o homem como um produto biológico sujeito inteiramente às pressões sociais e à carga hereditária.

282. (U.F. RS) Considere as afirmações abaixo.

  1. Os Ratos, de Dionélio Machado, é a narrativa, com forte análise psicológica, da trajetória angustiada de Naziazeno na busca desesperada do dinheiro para pagar suas dívidas, revelando o cotidiano mediocrizante da classe média brasileira.

  2. O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo, é uma narrativa histórica que apresenta a formação social e política do Rio Grande do Sul, através das sucessivas gerações da família Terra Cambará.

  3. Através de suas narrativas, Graciliano Ramos revela a realidade do homem nordestino – o sertanejo, em conflito com a sociedade, na busca da sobrevivência – desenvolvendo uma linguagem retórica, carregada de expressões regionalistas, o que confere ao texto um caráter tradicional.

Quais estão corretas?

  1. Apenas I

  2. Apenas II

  3. apenas I e II

  4. Apenas II e III

  5. I, II e III.

283. (U.F. Ouro Preto) Leia os textos abaixo.

"Toda vez que um justo grita,

um carrasco o vem calar;

quem não presta fica vivo;

quem é bom, mandam matar."

(Cecília Meireles - Romanceiro da Inconfidência)

"Ao passar estava falando,

vinha conversando consigo.

Por que agora caminha mudo

se estava falando a princípio?

decreto o forçaram a calar-se.

Até os gestos lhe são proibidos.

Fazem-se calar porque, certo,

sua fala traz grande perigo."

(João Cabral de Melo Neto - Auto do Frade)

Assinale a alternativa incorreta.

  1. A fala é, em ambos os casos, um símbolo do exercício de liberdade.

  2. A fala é vista, nos dois textos, como um instrumento de luta política.

  3. Nas execuções públicas, os condenados eram proibidos de falar, pois havia o perigo de atrapalhar o andamento da cerimônia.

  4. O carrasco faz o condenado se calar para que ele não exponha suas idéias, motivo de sua condenação.

  5. O papel da fala é o de conscientizar as pessoas através do debate. Daí o seu perigo para o poder autoritário.

284. (U.F. Ouro Preto) Leia o poema abaixo.

"Cenário

Eis a estrada, eis a ponte, eis a montanha

Sobre a qual se recorta a igreja branca.

Eis o cavalo sobre a verde encosta.

Eis a solteira, o pátio, e a mesma porta.

E a direção do olhar. E o espaço antigo

para a forma do gesto e o vestido.

E o lugar da esperança. E a fonte, E a sombra.

E a voz que já não fala e se prolonga.

E eis a névoa que chega, envolve as ruas,

move a ilusão de tempos e figuras.

A névoa que se adensa e vai formando

nublados reinos de saudade e pranto."

(Romanceiro da Inconfidência)

O poema exemplifica uma técnica poética central do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Assinale-a.

  1. Descrição minuciosa de lugares e cenas.

  2. Ficcionalização de personagens históricas através de sua convivência com outros puramente ficcionais.

  3. Referência a dados históricos, com sua respectiva situação espaço-temporal.

  4. uso da rima como centro do trabalho poético.

  5. Visão de fatos e processos através da enumeração de elementos metonímicos que constituem uma cadeia de significação.

285. (FATEC)

"Não serei o cantor de uma mulher, de uma [história,]

não direi os suspiros ao anoitecer, a [paisagem vista da janela,]

não distribuirei entorpecentes ou cartas [de suicida,]

não fugirei para as ilhas nem serei [rapor por serafins,]

o tempo é a minha matéria, o tempo [presente, os homens presentes,]

a vida presente"

(Carlos Drummond de Andrade - Mãos Dadas)

A leitura dos versos acima nos leva à seguinte interpretação:

  1. O autor reafirma a temática do Romantismo com expressões "suspiros ao anoitecer", "paisagem vista da janela"

  2. Embora use a negação em uma série de versos, o poeta concebe um mundo em ilhas onde pretende viver.

  3. A matéria ou os temas de escolha do poeta estão relacionados com a época em que ele vive, ou seja, a atualidade.

  4. os temas escolhidos pelo autor devem incluir, obrigatoriamente, a mulher e a natureza.

  5. Devido ao emprego excessivo de negações e de verbos no futuro, não se pode precisar a intenção do poeta.

286. (Univ. São Francisco) Sobre Carlos Drummond de Andrade, é incorreto afirmar que:

  1. o autor dedicou sua carreira exclusivamente à poesia.

  2. a obra poética do autor percorreu várias fases, representando a própria evolução da poesia moderna brasileira.

  3. utiliza em muitos de seus poemas o verso livre, correspondendo aos ideais renovadores instaurados em 1922.

  4. cita em muitos poemas Itabira, sua cidade natal.

  5. estreou em 1930 com o livro Alguma Poesia.

287. (Univ. Católica de Pelotas)

"Lutar com palavras

é a luta mais vã.

Entretanto lutamos

Mal rompe a manhã.

São muitas, eu pouco

Algumas, tão fortes

como um javali."

(O Lutador)

Uma das constantes na obra poética de Carlos Drummond de Andrade, como se verifica nos versos acima, é

  1. a louvação do poema social.

  2. o negativismo destrutivo.

  3. o questionamento da própria poesia.

  4. o espiritualismo e o intimismo.

  5. a denúncia social.

288. (PUCCAMP)

"Na verdade, desde Alguma Poesia, foi pelo prosaico, pelo irônico, pelo anti-retórico, que Drummond se afirmou como poeta congenialmente moderno".

Exemplifique as palavras acima, sobre o poeta, os seus versos:

  1. "O ovo revela e acabamento

a toda mão que o acaricia,

daquelas coisas torneadas

num trabalho de toda a vida.

E que se encontra também noutras

que entretanto mão não fabrica:

nos corais, nos seixos rolados

e em tantas coisas esculpidas."

  1. "Já ao verme – este operário das ruínas –

que o sangue podre das carnificinas

come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos, para roê-los"

  1. "E como ficou chato o ser moderno.

Agora serei eterno.

Eterno! Eterno!

O Padre Eterno,

a vida eterna,

o fogo eterno."

  1. "Ó personagens solenes

que arrastais os apelidos

como pavões auriverdes

seus rutilantes vestidos,

– todo esse poder que tendes

confunde os vossos sentidos"

  1. "E a câmara muda. E a sala, muda, muda ...

Afonamente rufa. A asa da rima

Paira-me no ar. Quedo-me como um Buda

Novo, um fantasma ao som que se aproxima.

Cresce-me a estante, como quem sacuda

Um pesadelo de papéis acima."

289. (PUCCAMP)

"Quem me fez assim foi minha gente e minha terra

e eu gosto bem de ter nascido com essa tara.

Para mim, de todas as burrices a maior é suspirar

pela Europa.

(...)

Aqui ao menos a gente sabe que passam a perna na gente.

O francês, o italiano, o judeu falam uma língua de

farrapos.

Aqui ao menos a gente sabe que tudo é uma canalha só,

lê o seu jornal, mete a língua no governo,

queixa-se da vida (a vida está tão cara)

e no fim dá certo.

Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou.

Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?"

Estão presentes nos versos anteriores as seguintes características da poesia de Carlos Drummond de Andrade:

  1. desintegração da palavra; tom prosaico; negação da subjetividade.

  2. presença de neologismos; predominância da frase nominal; desorganização dos padrões métricos.

  3. atitude irônica para com as teorias poéticas; utilização de recursos da poesia concreta; negação da subjetividade.

  4. uso de palavras consideradas tradicionalmente como não poéticas; presença da ironia; sintonia com o homem e o mundo do seu tempo.

  5. poesia objetiva; tom prosaico; presença da ironia.

290. (PUC)

"(...) Da garrafa estilhaçada,

no ladrilho já sereno

escorre uma coisa espessa

que é leite, sangue... não sei.

Por entre objetos confusos,

mal redimidos da noite,

duas cores se procuram,

suavemente se tocam,

amorosamente se enlaçam,

formando um terceiro tom

a que chamamos aurora."

(Carlos Drummond de Andrade)

Em 1945 Carlos Drummond de Andrade escreveu A rosa do Povo, da qual o fragmento acima faz parte. nela podemos verificar

  1. uma análise do comportamento humano, na relação cidade e campo.

  2. apenas uma teoria de sua própria produção poética.

  3. uma reflexão sobre os valores teológicos e metafísicos do homem contemporâneo.

  4. uma predileção por temas eróticos e sensuais.

  5. uma temática social e política e uma denúncia das dilacerações do mundo.

291. (FATEC)

"Era a negra Fulô que nos chamava

de seu negro vergel. E eram trombetas,

salmos, carros de fogo, esses murmúrios

de Deus a seus eleitos, eram puras

canções de lavadeira ao pé da fonte,

era a fonte em si mesma, eram nostálgicas

emanações de infância e de futuro,

era um ai português desfeito em cana."

Neste poema de Fazendeiro do Ar (1954), ..... homenageia ....., um dos grandes poetas do Modernismo brasileiro, referindo-se a tópicos característicos de sua poesia, como se constata na alusão a um de seus mais conhecidos poemas contida no primeiro verso.

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto acima.

  1. Carlos Drummond de Andrade – Jorge de Lima

  2. Manuel Bandeira - Carlos Drummond de Andrade

  3. Manuel Bandeira – Mário de Andrade

  4. João Cabral de Melo Neto – Murilo Mendes

  5. Vinícius de Morais – Raul Bopp

292. (FATEC) Sobre o livro Poemas Negros, de Jorge de Lima, é correto afirmar que:

  1. Apresenta poemas macabros, byronianos, procurando, em pleno modernismo, resgatar o spleen, o mal-do-século de poetas românticos como Álvares de Azevedo.

  2. É um livro de sonetos rimados e metrificados, procurando resgatar as formas tradicionais de poesia abandonadas pela geração de 22.

  3. Nos Poemas Negros, Jorge de Lima procura registrar as expressões populares e as tradições regionais nordestinas impregnadas de África.

  4. O poema mais famoso deste livro é também o mais conhecido do seu autor, "Essa negra Fulô".

  5. Trata-se de um livro em que Jorge de Lima, imitando a "literatura de cordel", dos cantadores do nordeste, narra a vida do "poeta dos escravos", Castro Alves.

293. (U.F. de Viçosa) Considere o poema:

"Botafogo

Desfilam algas sereias peixes e galeras

E legiões de homens desde a pré-história

Diante do Pão de Açúcar impassível.

Um aeroplano bica a pedra amorosamente

A filha do português debruçou-se à janela

Os anúncios luminosos lêem seu busto

A enseada encerrou-se num arranha-céu."

(Murilo Mendes)

Assinale a alternativa verdadeira:

  1. Trata-se de um poema futurista, pois celebra as delícias da velocidade e da energia mecânica.

  2. É um poema irreverente e provocador inspirado no Dadaísmo.

  3. O estilo metafórico de nomeação fugidia e imediata da realidade, torna o poema representativo da proposta Pau-Brasil.

  4. Por liberar imagens do inconsciente, livres da razão consciente, "Botafogo" pode ser classificado como poema surrealista.

  5. É um poema cubista, porque explora as formas geométricas e os diversos ângulos dos objetos descritos.

294. (VUNESP) A partir da leitura dos seguintes poemas, assinale a alternativa incorreta com relação ao Modernismo.

  1. Vício da fala

"Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mió

Para pior pió

Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado

E vão fazendo telhados".

(Oswald de Andrade)

  1. Poema do Beco

"Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?

– O que eu vejo é o beco."

(Manuel Bandeira)

  1. Festa familiar

"Em outubro de 1930

Nós fizemos – que animação!

Um pic-nic com carabinas."

(Murilo Mendes)

  1. Cota zero

"Stop

A vida parou

Ou foi o automóvel?"

(Carlos Drummond de Andrade)

  1. Os poemas quando não se fixam em uma cena da vida cotidiana podem refletir sobre a nossa história com muito humor e ironia.

  2. Predomínio do verso livre e cultivo de uma poesia sintética.

  3. Introdução da fala popular e elementos característicos da prosa.

  4. Os poemas mostram claramente uma ruptura com os códigos literários anteriores na forma; no conteúdo buscam penetrar mais fundo na realidade brasileira

  5. As experiências de linguagem desses poemas modernistas tentam resgatar o formalismo e a riqueza sonora da poesia parnasiana.

295. (PUC) Assinale a alternativa em que se encontram preocupações estéticas da primeira geração modernista.

  1. "Não entrem no verso culto o calão e o solecismo, a sintaxe truncada, o metro cambaio, a indigência das imagens e do vocabulário, a vulgaridade do pensar e do dizer."

  2. "Vestir a Idéia de uma forma sensível que, entretanto, não terá seu fim em si mesma, mas que, servindo para exprimir a Idéia, dela se tornaria submissa."

  3. "Minhas reivindicações? Liberdade. Uso dela: não abuso:

    "E não quero discípulos. Em arte: escola = imbecilidade de muitos para vaidade dum só."

  4. "Na exaustão causada pelo sentimentalismo, a alma ainda trêmula e ressoante da febre do sangue, a alma que ama e canta porque sua vida é amor e canto, o que pode senão fazer o poema dos amores da vida real?"

  5. "O poeta deve ter duas qualidades: engenho e juízo; aquele, subordinado à imaginação, este, seu guia, muito mais importante, decorrente da reflexão. Daí não haver beleza sem obediência à razão, que aponta o objetivo da arte: a verdade."

296. (AFA) A Corrente Primitivista representou uma espécie de consciência do Brasil primitivo, puro, ingênuo, cujos princípios podem ser encontrados no(a):

  1. Obra Martim Cererê, de Cassiano Ricardo.

  2. "Manifesto Verde-Amarelo", cujos autores combatem o Futurismo.

  3. "Manifesto Pau-Brasil" e na revista "Antropofagia", ambos da autoria de Oswald de Andrade.

  4. Revista "Festa", patrocinada por Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes e Cecília Meireles.

297. (U.F. PARÁ) As idéias de Marinetti influenciaram muito os nossos autores. Os escritores brasileiros seguiram:

  1. a exacerbação do nacional e a sintaxe tradicional.

  2. a paixão pela metáfora, intelectualista e rebuscada, e pelas frases de efeito.

  3. a negação do passado e o uso de palavras em liberdade.

  4. o conceito de felicidade na vida em contato com a natureza, e a fé na razão, na ciência.

  5. o gosto pelo psicologismo na ficção e a super-valorização da natureza.

298. (U.F. PARÁ) Assinale a alternativa que apresenta elemento que não se tenha verificado no Modernismo brasileiro:

  1. Semana de Arte Moderna, Pau-Brasil.

  2. Nacionalismo de Anta, espiritualismo de Festa.

  3. Antropofagia, Verde-Amarelismo.

  4. Orpheu, Narcisismo.

  5. Geração de 45, Concretismo.

299. (VUNESP) Leia atentamente, o texto de Antônio Cândido e assinale a alternativa que julgar incorreta:

"Na literatura brasileira, há dois momentos decisivos que mudam os rumos e vitalizam toda a inteligência: o romantismo, no século XIX (1836-1870) e o ainda chamado Modernismo, no presente século (1922-1945). Ambos representam fases culminantes de particularismo literário na dialética do local e do cosmopolita; ambos se inspiram, não obstante, no exemplo europeu. Mas enquanto o primeiro procura superar a influência portuguesa e afirmar contra ela a peculiaridade literária do Brasil, o segundo já desconhece Portugal, pura e simplesmente: o diálogo perdera o mordente e não ia além da conversa de salão. Um fato capital se torna deste modo claro na história da nossa cultura; a velha mãe pátria deixara de existir para nós como termo a ser enfrentado e superado. O particularismo se afirma agora contra todo academismo, inclusive o de casa, que se consolidara no primeiro quartel do século XX, quando chegaram ao máximo o amaciamento do diálogo e a conseqüente atenuação da rebeldia."

(CÂNDIDO, A. Literatura e Sociedade. São Paulo: Ed. Nacional, 1975, p.112).

  1. Na dialética do local e do cosmopolita, o Romantismo e o Modernismo são os movimentos da história literária brasileira que mais enfatizaram a expressão dos dados locais.

  2. Embora decisivos, tanto o Romantismo quanto o Modernismo inspiraram-se no exemplo europeu.

  3. Uma diferença marcante entre o Romantismo e o Modernismo brasileiro é que, ao procurar afirmar a peculiaridade literária do Brasil, o Romantismo desconhece Portugal, enquanto o Modernismo retoma o velho diálogo.

  4. O Modernismo marca uma ruptura fundamental na história da nossa cultura: a velha mãe pátria deixa de existir para nós como termo a ser enfrentado e superado.

  5. O particularismo romântico diferencia-se do Modernismo porque esse movimento se volta principalmente contra o academicismo que se manifestava em nossa literatura.

300. (PUC) O título da obra Macunaíma é especificado como "herói sem nenhum caráter". A alternativa que não é verdadeira em relação à especificação é:

  1. O caráter do herói é ele não ter caráter definido.

  2. O protagonista assume várias esferas de ação, daí ser simultaneamente herói e anti-herói.

  3. A fragilidade de caráter do protagonista faz com que este perca, no decorrer da obra, sua característica de herói.

  4. O herói se configura por suas qualidades paradoxais, ele é ao mesmo tempo: preguiçoso e esperto, irreverente e simpático, valente e covarde.

  5. O caráter do herói é contraditório, pois ele se caracteriza como um "sonso-sabido".

301. (PUC) Em sua poesia, a cidade de São Paulo está continuamente representada: "São glórias desta cidade/ Ver a arte contando história,/ A religião sem memória/ De quem foi Cristo de verdade,/ Os chefes nossa amizade,/ Os estudantes sem textos,/ Jornalismo no cabresto,/ tolos cantando vitória,/ Isso é glória?" Seu livro de estréia é: Há uma gota de sangue em cada poema. Trata-se de:

  1. Manuel Bandeira.

  2. Mário de Andrade.

  3. Oswald de Andrade.

  4. Carlos Drummond de Andrade.

  5. Jorge de Lima.

302. (AFA) Com "Há uma gota de sangue em cada poema", livro de estréia, publicado em 1917, este autor se revela um poeta de rara sensibilidade:

  1. Manuel Bandeira.

  2. Cassiano Ricardo.

  3. Mário de Andrade.

  4. Menotti Del Picchia.

303. (AFA)

"Meu coração estrala"...

Que imagem sem verdade.

... Porém não tive idéia de mentir...

Foram os nervos, a alma?...

Que quer dizer estralo!

Nem ao menos sou Padre Vieira...

Oh dicionário pequitito!"

(Mário de Andrade)

Este poema salienta o problema:

  1. da incomunicabilidade entre as pessoa.

  2. da ineficácia das palavras em transmitir sensações e estados d'alma.

  3. da falta de conhecimento de vocabulário.

  4. da solidão.

  5. da ausência de equilíbrio interior.

304. (MACK) Assinale a alternativa incorreta:

  1. Martim Cererê, de Cassiano Ricardo, Macunaíma, de Mário de Andrade, e Cobra Norato, de Raul Bopp, constituem uma trindade de obras que vai buscar o tema nas raízes folclóricas do país.

  2. Em 1922, surge a revista Klaxon, uma espécie de porta-voz da Semana de Arte Moderna, centralizando sua matéria principalmente na arte.

  3. Mário de Andrade é o principal representante da corrente desvairista, apregoando seus ideais renovadores no "Prefácio Interessantíssimo" de Paulicéia Desvairada.

  4. A criação artística da primeira fase do Modernismo fundamenta-se, exclusivamente, na poesia, e tem como propósito ridicularizar a arte acadêmica, substituindo-a pela liberdade absoluta e anarquia.

  5. O Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade, reforçado pela arte da pintora Tarsila do Amaral, visa à desvinculação da cultura brasileira da arte estrangeira, através de um retorno aos valores primitivos.

305. (USC) Ao lado de Oswald de Andrade e outros importantes nomes da literatura nacional, Mário de Andrade participou inicialmente do Movimento

  1. Pau-Brasil.

  2. Verde-Amarelo.

  3. da Anta.

  4. Antropofágico.

  5. Klaxon.

306. (VUNESP)

"Só a Antropofagia nos une. Economicamente Filosoficamente".

"Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz".

"Tupi, or not tupi that is the question".

(Fragmento do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade).

Analisando as idéias contidas nesses fragmentos, assinale a única alternativa que julgar incorreta.

  1. O Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade articula-se ao movimento antropófago do Modernismo brasileiro, cuja expressão máxima se deu em Macunaíma de Mário de Andrade.

  2. Em "Tupi, or not tupi that is the question", está implícita a crítica ao espírito de nacionalidade, falseado pelo estrangeirismo exacerbado entre nós, até os adventos do Modernismo.

  3. Ainda nos fragmentos acima citados, deve-se entender não a aversão à cultura estrangeira, mas a dialética de conjunção das raízes nacionais à cultura européia.

  4. A leitura dos três fragmentos acaba por desvendar a crítica à cultura brasileira que não estaria muito distante do primitivismo antropofágico.

  5. O manifesto Antropófago propõe a mobilidade cultural advinda da mobilidade do pensamento e dos valores do homem em sociedade.

307. (VUNESP) Estabeleça a relação entre as três e indique a alternativa correta:

ABC

Oswald de AndradeAntropofagia culturalOs Sertões

Euclides da CunhaSátira ao exagero nacionalista"Tupi, or not tupi that is the question"

Lima BarretoVisão científica do homemPolicarpo Quaresma.

  1. Oswald de Andrade; sátira ao exagero nacionalista, Os Sertões; Euclides da Cunha; antropofagia cultural, Policarpo Quaresma; Lima Barreto; visão cientificista do homem, "Tupi, or ... question".

  2. Oswald de Andrade; visão cientificista do homem, Os Sertões; Euclides da Cunha; sátira ao exagero nacionalista; Policarpo Quaresma; Lima Barreto; antropofagia cultural, "Tupi, or ... question".

  3. Oswald de Andrade; antropofagia cultural; "Tupi, or ... question"; Euclides da Cunha; visão cientificista do homem, Os Sertões; Lima Barreto; sátira ao exagero nacionalista, Policarpo Quaresma.

  4. Oswald de Andrade; antropofagia cultural, Policarpo Quaresma; Euclides da Cunha; visão cientificista do homem, "Tupi, or... question"; Lima Barreto; sátira ao exagero nacionalista, Os Sertões.

  5. Oswald de Andrade; visão cientificista do homem, Os Sertões; Euclides da Cunha; antropofagia cultura; "Tupi, or... question"; Lima Barreto; sátira ao exagero nacionalista, Policarpo Quaresma.

308. (PUC)

"Não faças versos sobre acontecimentos.

...................................................

Não faças poesia com o corpo.

...................................................

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.

...................................................

O canto não é a natureza

nem os homens em sociedade.

...................................................

Não recomponhas

tua sepultada e merencória infância.

...................................................

Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos."

Explicitando uma atitude que ele próprio assume como escritor, Carlos Drummond de Andrade sugere, nos versos acima, que o poeta:

  1. faça do poema um meio de cantar atos humanos dignos de louvor.

  2. busque transmitir suas emoções pessoais mais íntimas e os desejos de seu corpo.

  3. procure as palavras e a sintaxe adequadas ao ritmo da vida urbana moderna.

  4. recorra à linguagem coloquial como forma de fazer-se porta-voz dos anseios do povo.

  5. entenda como essência do texto poético o debruçar-se sobre o enigma da palavra.

309. (F.C. CHAGAS)

"Minha flor minha flor. Minha prímula meu pelargônio meu gladíolo meu botão-de-ouro. Minha peônia. Minha cinerária minha calêndula minha boca-de-leão. Minha gérbera. Minha clívia. Meu cimbídio. Flor flor flor. Floramarílis. Floranêmona. Florazálea. Clematite minha."

Com este fragmento da Declaração de Amor, poema da década de 80, pode-se observar que Carlos Drummond de Andrade confirma, num exemplo-limite, uma das constantes de sua trajetória poética:

  1. a preferência pelo ritmo fluente do poema em prosa, que revoluciona a cadência do verso tradicional.

  2. o interesse pelas pesquisas de léxico e pelo poder encantatório da palavra.

  3. a predominância de frases nominais como recurso estilístico de impacto na poesia.

  4. maior relevo dado ao significante das palavras, em detrimento de seu significado.

  5. o abandono do verso e conseqüente adoção de um outro tipo de efeito rítmico.

310. (PUC) Em que contexto social se desenvolve o Modernismo brasileiro?

  1. hegemonia dos proprietários rurais de São Paulo e Rio.

  2. ascensão da burguesia industrial.

  3. elevado número de imigrantes se fixando no eixo centro-sul.

  4. urbanização progressiva.

Estão corretas:

  1. I e IV

  2. I, II, III, IV

  3. III e IV

  4. II, III, IV

  5. II e III

311. (MACK) Assinale a alternativa que não se aplica à obra de Carlos Drummond de Andrade.

  1. Participante da Semana de Arte Moderna, sua poesia é típica representante da primeira geração modernista brasileira.

  2. Em muitos poemas, apresenta seu desencanto em relação à vida.

  3. "Morte do leiteiro" é um poema baseado na problemática do dia-a-dia.

  4. Extrai do mundo interiorano de Itabira o tema para alguns de seus poemas.

  5. "A procurada poesia" é um poema em que o autor se preocupa com a própria confecção da poesia.

312. (MACK) "Romanceiro da Inconfidência" é um longo poema que revê nossa época árcade. Seu autor é:

  1. Mário de Andrade.

  2. Oswald de Andrade.

  3. Carlos Drummond de Andrade.

  4. Cecília Meireles.

  5. Vinícius de Moraes.

313. (UFES)

"Assovio

Ninguém abra a sua porta

para ver que aconteceu:

saímos de braço dado,

a noite escura mais eu.

Ela não sabe o meu rumo,

eu não lhe pergunto o seu:

não posso perder mais nada,

se o que houve já se perdeu.

Vou pelo braço da noite,

levando tudo que é meu:

– a dor que os homens me deram,

e a canção que Deus me deu."

(Cecília Meireles - Viagem)

Cecília Meireles, no poema transcrito, vale-se dos seguintes recursos estilísticos:

  1. humanização/ intimismo/ redondilha maior.

  2. sinestesia/ subjetivismo/ soneto.

  3. anáfora/ fugacidade/ redondilha menor.

  4. metonímia/ transcendência/ ode.

  5. metáfora/ desengano/ epigrama.

314. (UFES)

"Pareceis de tênue seda,

sem peso de ação nem de hora...

– e estais no bico das penas,

– e estais na tinta que as molha,

– e estais nas mãos dos juizes,

– e sois o ferro que arrocha,

– e sois o barco para o exílio,

– e sois Moçambique e Angola!"

("Romance III ou das Palavras Aéreas")

Cecília Meireles, nesse trecho de uma composição inserida no "Romanceiro da Inconfidência, dirige-se às palavras através de:

  1. processo anafórico/ catacrese/ versos isométricos.

  2. processo metafórico/ antonomásia/ versos heterométricos.

  3. processo anafórico/ metonímia/ versos isométricos.

  4. processo metafórico/ alegoria/ versos heterométricos.

  5. processo anafórico/ símbolo/ versos isométricos.

315. (UFES) Das obras abaixo, a única não escrita por Cecília Meireles:

  1. Mar absoluto.

  2. Retrato natural.

  3. Vaga música.

  4. Lição de coisas.

  5. Poemas escritos na Índia.

316. (UFES) Cecília Meireles escreveu os seguintes versos:

  1. "De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo e sempre e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento."

  1. "Não serei o poeta de um mundo caduco

Também não cantarei o mundo futuro

Estou preso à vida

E olho meus companheiros."

  1. "Eu canto porque o instante existe

E a minha vida está completa

Não sou alegre, nem sou triste

Sou poeta."

  1. "Eu sou redondo

Redondo eu sei

Eu sou uma redondilha

Das mulheres que eu beijei."

  1. "Na rua Aurora eu nasci

Na aurora da minha vida

E numa aurora cresci."

317. (F.C. CHAGAS)

  1. Moderno e versátil, Vinícius de Moraes compõe, com mestria, tanto letras para canções como poemas dentro dos mais estritos padrões clássicos.

  2. Cecília Meireles caracterizou sua poesia pela constante sugestão de sombra, identificação e ausência; mas soube também incorporar a matéria histórica, em uma de suas mais importantes obras.

  3. A Moreninha narra, em linguagem presa ao modelo lusitano, a história de um amor impossível entre um jovem d aristocracia imperial do Brasil e uma mestiça.

Assinale a alternativa correta:

  1. Só a proposição I é correta.

  2. Só a proposição II é correta.

  3. São corretas as proposições I e II.

  4. São corretas as proposições II e III.

318. (F.C. CHAGAS) Na década de 30, despontaram escritores cuja obra poética aproveitou e aprofundou princípios estéticos e ideológicos do movimento modernista de 22. Entre os poetas dessa geração impõem-se os nomes de:

  1. Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes e Augusto dos Anjos.

  2. Carlos Drummond de Andrade, Augusto dos Anjos e João Cabral de Melo Neto.

  3. Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Jorge de Lima

  4. Murilo Mendes, João Cabral de Melo Neto e Vinícius de Moraes.

  5. Jorge de Lima, Ferreira Goulart e Manuel Bandeira.

319. (PUC) Sobre José Lins do Rego, é correto afirmar que:

  1. de definiu, certa vez, como "apenas um baiano romântico e sensual", assumindo-se como contador de histórias de pescadores e marinheiros de sua terra.

  2. retratou em suas obras a dura relação entre o homem e o meio, em especial a condição subumana do nordestino retirante.

  3. sempre se declarou escritor espontâneo e instintivo, consciente de que sua obra continha muito de sua experiência pessoal em regiões da Paraíba e de Pernambuco.

  4. escreve a saga da pequena burguesia depois de 1930, num tom leve e descontraído de crônica de costumes.

  5. é considerado mais por ter publicado a obra marco da literatura social nordestina, A Bagaceira, do que pelos méritos de grande escritor.

320. (E.A. LAVRAS) Todas as afirmativas são corretas em relação ao romance Fogo Morto, de José Lins do Rego, exceto:

  1. O protagonista é o menino Carlos Melo, o "sinhozinho" da casa grande, que perdeu a mãe, assassinada pelo pai, e que é criado pela tia, no engenho do avô materno.

  2. Se Fogo Morto ainda é por sua natureza substancialmente memorialista e primitivista, já se apresenta com qualidades literárias indiscutíveis, dando a medida exata das possibilidades do romancista.

  3. Mestre José Amaro é o artesão que afoga seu orgulho e sua raiva contra a própria sorte e quer o apoio do cangaceiro Antônio Silvino.

  4. Lula de Holanda é o patriarca, também orgulhoso, embora cercado de um mundo em decadência, que é o próprio engenho Santa fé.

  5. Capitão Vitorino é o único homem da Várzea com sentimento e consciência das necessidades sociais e dos problemas políticos, porque não se aproximou dos humildes com a bruteza dos chefes nem com a malícia habilidosa dos políticos, mas com a direta ingenuidade dos puros.

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