Raul Pompéia

(1863-1895)

DADOS BIOGRÁFICOS

Raul D'Ávila Pompéia nasceu em Angra dos Reis em 1863 e faleceu no Rio de Janeiro em 1895. Aos dez anos de idade foi interno do Colégio Abílio, dirigido pelo educador Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas. Esse estabelecimento de ensino, famoso na época, bem como seu diretor, serviram de inspiração ao escritor que os retratou em sua obra mais importante, O Ateneu (1888). Mais tarde, estudou no Colégio Pedro II e depois iniciou o curso de Direito, em São Paulo, militando nos movimentos abolicionista e republicano, terminando em Recife o curso de Direito. Ocupou vários cargos públicos: diretor do Diário Oficial, professor de Mitologia da Escola Nacional de Belas Artes, diretor da Biblioteca Nacional, perdendo o cargo após recriminar Prudente de Morais, diante do túmulo de Floriano Peixoto.

Além de escritor, Pompéia foi também desenhista e escultor, demonstrando temperamento sensível, às vezes, angustiado, mórbido e instável, características que o levaram a se envolver em contínuas polêmicas. Desafiou Olavo Bilac para um duelo não concretizado pela intervenção dos padrinhos. Extremamente radical em seus princípios angariou antipatias, o que acabou por levá-lo à cólera e abatimento e, finalmente, ao suicídio, aos 32 anos de idade, com um tiro no coração, na noite de Natal de 1895.

Sua primeira novela, Uma Tragédia no Amazonas (1880), reflete a busca de uma estilística mais apurada que acaba se revelando em O Ateneu (1888) composto em 3 meses e ilustrado com os desenhos do próprio autor.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

Raul Pompéia ocupa posição controvertida na literatura. Apontado por alguns como pertencente ao Realismo-Narturalismo, mas, por outros, ao Simbolismo, é distinguido ainda como o iniciador da ficção impressionista no Brasil, graças aos traços psicológicos de suas personagens e à preocupação com a memória. Alfredo Bosi ressalta que em O Ateneu (1888) se pode destacar alguns traços de expressionismo como o gosto mórbido e grotesco aplicado ao mundo do protagonista. As características realistas nessa obra são ressaltadas pela ambientação bem definida, o internato, o gosto pela minúcia de detalhes e descrição precisa das personagens, sobretudo, a do diretor, Aristarco, compondo sua "personalidade" com seu tom solene e grandioso, suas roupas e modo de ser [Ver Antologia].

PRINCIPAIS OBRAS

Romance

Uma Tragédia no Amazonas (1880); As Jóias da Coroa (1884); O Ateneu (1888), Agonia (romance inacabado).

Conto

Microscópicos (1881).

Poema em Prosa

Canções sem Metro (1881).

Meditações

Alma Morta (1888), meditações publicadas na Gazeta da Tarde.

Ver também:

Resumos

Antologia

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