Ceux qui vivent, ce sont ceux qui luttent; ce sont
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Ceux qui d'un haut destin gravissent l'âpre cime,
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Ayant devant les yeux sans cesse, nuit et jour,
Ou quelque sint labeur ou quelque grand amour.
Victor Hugo
Viajor que vais galgando o dorso da montanha
E ainda não descansaste um único momento,
Deves ter como eu tenho uma visão estranha
Que te dá incentivo e intrepidez e alento.
Se o caminho te cansa e se o cardo te arranha
Nunca tens uma injúria à fadiga e ao tormento
E se a vida me cansa e a mágoa se me estranha
Não profiro um motejo, uma injúria, um lamento...
E seguimos os dois, cheios de ansiedade.
Tu subindo a montanha e eu passando a existência,
Tu coberto de pó, eu cheio de saudade.
Tu vais deixando a planície, eu deixo a adolescência,
Tu subindo a montanha indo de gruta em gruta,
E eu passando a existência indo de luta em luta.
COUTINHO, Afrânio (org.). Jorge de Lima. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1958, vol. I. p.215