MiniGramática

A crase e os nomes próprios

A crase não deve ser empregada junto a nomes próprios.

Os nomes próprios indicam um nome específico, em geral destinado a um ser em particular em oposição a um ser genérico – nome comum (ex: cidade: ser genérico = nome comum; Campo Grande: ser específico = nome próprio).

Os nomes próprios são empregados para designar, entre outros, pessoas (ex.: Maria), lugares (ex.: Brasil), instituições (Senado) e até nomes de santos (ex.: São José).

Quando houver um termo regente da preposição "a" antecedendo um nome próprio do tipo apontado acima o acento grave indicativo do fenômeno da crase não é admitido, exceto se houver alguma relação de proximidade como o mesmo.

O fato de não admitir o artigo como determinante é devido ao tipo de relação que se mantém com esses seres apontados através dos nomes próprios. O artigo definido estabelece uma relação de proximidade (ou intimidade) entre as pessoas do discurso. Dessa forma, entre um "tu" e "Maria", por exemplo, não há relação de intimidade se essa "Maria" for desconhecida daquele "tu", logo não empregamos o artigo definido ("a Maria veio aqui"), mas tão somente "Maria veio aqui".

Note, ainda, que a crase só deve ser empregada antes de palavras femininas. Desse modo, são os nomes próprios femininos que devem ser atentados quanto ao emprego do artigo feminino junto à preposição "a".

Exemplo:

  1. Ele se referia à São Paulo quando falava daquela arquitetura. [Inadequado]

    Ele se referia a São Paulo quando falava daquela arquitetura. [Adequado]

    ...[termo regente: referir a / "a" preposição]

    ...[São Paulo: nome próprio]

Uma regra prática para se determinar o emprego correto da crase nesse caso é substituir o verbo utilizado na oração pelo verbo "voltar". Se o resultado da substituição for "voltar da" e não "voltar de", emprega-se a crase.

Exemplos:

  1. Ele se referia a Espanha quando falava daquela arquitetura. [Inadequado]

    Ele se referia à Espanha quando falava daquela arquitetura. [Adequado]

    ...[voltar da Espanha e não de Espanha: emprego da crase]

  2. As decisões eram destinadas à Presidência e não ao Congresso. [Inadequado]

    As decisões eram destinadas a Presidência e não ao Congresso. [Adequado]

    ...[termo regente: destinar a / "a" preposição]

    ...[Presidência: nome próprio feminino]

  3. A carmelita rogava à Santa Bárbara um olhar mais sereno aos pobres. [Inadequado]

    A carmelita rogava a Santa Bárbara um olhar mais sereno aos pobres. [Adequado]

    ...[termo regente: rogar a / "a" preposição]

    ...[Santa Bárbara: nome próprio feminino]

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