MiniGramática

Formas analíticas dos adjetivos anômalos

A forma dos adjetivos anômalos no grau comparativo é, por excelência, a forma sintética:

grande maior bom melhor
pequeno menor mau pior

Porém, quando a comparação é estabelecida entre atributos de um mesmo ser, não se emprega a forma sintética, mas sim a forma analítica do grau dos adjetivos:

mais grande que menos grande que
mais bom que menos bom que
mais pequeno que menos pequeno que
mais mau que menos mau que

Exemplos:

  1. Em sua arte, combinavam-se linhas de proporções diferentes. Na verdade, essas proporções eram maiores do que menores. [Inadequado]

    Em sua arte, combinavam-se linhas de proporções diferentes. Na verdade, essas proporções eram mais grandes do que mais pequenas. [Adequado]

  2. No fundo, meu avô era melhor do que ingênuo. [Inadequado]

    No fundo, meu avô era mais bom do que ingênuo. [Adequado]

Os graus dos adjetivos são organizados em positivo, comparativo e superlativo. No primeiro caso, a gradação do adjetivo não envolve mais que um único elemento (ex.: Eu sou alto.). No segundo caso, a gradação do adjetivo expressa inferioridade, igualdade ou superioridade através de uma relação de comparação (ex.: Eu sou mais alto do que você.). Finalmente, no terceiro caso, a gradação do adjetivo expressa aquelas mesmas idéias de igualdade, inferioridade ou superioridade, através de uma relação de supremacia (ex. Eu sou altíssimo; Eu sou o aluno mais alto da turma.).

Quanto ao grau, os adjetivos ainda podem ser considerados segundo suas formas analítica ou sintética. Na forma sintética, o grau é expressado pelas formas especiais de cada adjetivo (ex.: menor, maior, preocupadíssimo). Na forma analítica, o grau é formado pelo acréscimo de um advérbio que encabeça a expressão (ex.: ... menos preocupado que... / menos = advérbio de intensidade).

É interessante notar, ainda, certas construções inadequadas envolvendo os adjetivos anômalos. Não raro, confunde-se o adjetivo anômalo com parte de palavras compostas com adjetivo.

  1. Este é realmente um bom vinho. [bom: adjetivo]
  2. Hoje ela estava com bom-humor. [bom: parte de palavra composta]

Nesses casos, é importante ficar atento para a formação adequada do grau comparativo. Quando a gradação recair sobre o adjetivo, emprega-se a forma analítica. Do mesmo modo, quando se tratar de palavras compostas formadas por um adjetivo anômalo, é a forma analítica que deve ser empregada. Isso se dá porque não há possibilidade de somente uma parte da palavra composta isolar-se para formar o grau comparativo. Além disso, numa palavra composta é o grau comparativo do substantivo que está sendo formado (bom-gosto, por exemplo) e não do adjetivo que o compõe (bom).

Exemplos:

  1. Célia tem melhor bom-gosto que seu marido. [Inadequado]

    Célia tem mais bom-gosto que seu marido [Adequado]

  2. Queremos pessoas com maior boa-vontade do que você! [Inadequado]

    Queremos pessoas com mais boa-vontade do que você! [Adequado]

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