A forma dos adjetivos anômalos no grau comparativo é, por excelência, a forma sintética:
grande | maior | bom | melhor |
pequeno | menor | mau | pior |
Porém, quando a comparação é estabelecida entre atributos de um mesmo ser, não se emprega a forma sintética, mas sim a forma analítica do grau dos adjetivos:
mais grande que | menos grande que |
mais bom que | menos bom que |
mais pequeno que | menos pequeno que |
mais mau que | menos mau que |
Exemplos:
Em sua arte, combinavam-se linhas de proporções diferentes. Na verdade, essas proporções eram mais grandes do que mais pequenas. [Adequado]
No fundo, meu avô era mais bom do que ingênuo. [Adequado]
Os graus dos adjetivos são organizados em positivo, comparativo e superlativo. No primeiro caso, a gradação do adjetivo não envolve mais que um único elemento (ex.: Eu sou alto.). No segundo caso, a gradação do adjetivo expressa inferioridade, igualdade ou superioridade através de uma relação de comparação (ex.: Eu sou mais alto do que você.). Finalmente, no terceiro caso, a gradação do adjetivo expressa aquelas mesmas idéias de igualdade, inferioridade ou superioridade, através de uma relação de supremacia (ex. Eu sou altíssimo; Eu sou o aluno mais alto da turma.).
Quanto ao grau, os adjetivos ainda podem ser considerados segundo suas formas analítica ou sintética. Na forma sintética, o grau é expressado pelas formas especiais de cada adjetivo (ex.: menor, maior, preocupadíssimo). Na forma analítica, o grau é formado pelo acréscimo de um advérbio que encabeça a expressão (ex.: ... menos preocupado que... / menos = advérbio de intensidade).
É interessante notar, ainda, certas construções inadequadas envolvendo os adjetivos anômalos. Não raro, confunde-se o adjetivo anômalo com parte de palavras compostas com adjetivo.
Nesses casos, é importante ficar atento para a formação adequada do grau comparativo. Quando a gradação recair sobre o adjetivo, emprega-se a forma analítica. Do mesmo modo, quando se tratar de palavras compostas formadas por um adjetivo anômalo, é a forma analítica que deve ser empregada. Isso se dá porque não há possibilidade de somente uma parte da palavra composta isolar-se para formar o grau comparativo. Além disso, numa palavra composta é o grau comparativo do substantivo que está sendo formado (bom-gosto, por exemplo) e não do adjetivo que o compõe (bom).
Exemplos:
Célia tem mais bom-gosto que seu marido [Adequado]
Queremos pessoas com mais boa-vontade do que você! [Adequado]