Freqüentemente se confunde o emprego correto das palavras mau e mal. Embora na língua escrita haja uma distinção bastante clara entre essas duas palavras, na língua falada a pronúncia delas é a mesma, quando não se consideram certos regionalismos. Assim, costuma-se projetar na língua escrita essa semelhança entre mau e mal, não se observando, porém, o fato de se tratarem de termos distintos do vocabulário da língua portuguesa.
A palavra mau é um adjetivo. Como tal, flexiona-se em gênero e número (má: forma feminina singular; más: forma feminina plural; mau: forma masculina singular, e maus: forma masculina plural). Já a palavra mal é um advérbio. Enquanto advérbio, essa palavra não se flexiona, ou seja, ela possui a mesma forma seja qual for a sua relação com outros termos da oração.
Exemplos:
Eu tinha medo de estar fazendo um mau negócio. [Adequado]
Sem dúvida, estávamos sendo muito mal representados! [Adequado]
Uma regra prática para se empregar corretamente as palavras mau e mal é guardar a distinção dos seus opostos. Opõe-se a mau a palavra bom, e a mal, a palavra bem. Ambas as palavras bom e bem obedecem aos mesmos princípios dos quais falamos a respeito de mau e mal. Isto é, bom é uma palavra variável, pois se trata de um adjetivo. Bem, por sua vez, é uma palavra invariável, já que se trata de um advérbio.
Exemplos:
Aquele mau cheiro constante já se tornara uma afronta. [Adequado]
...[mal cheiro > bem cheiro = inaceitável]
...[mau cheiro > bom cheiro = aceitável]
Sempre que podiam, aquelas senhoras falavam mal dos vizinhos. [adequado]
...[falavam mau > falavam bom = inaceitável]
...[falavam mal > falavam bem = aceitável]