Os pronomes pessoais são classificados na língua portugesa em pronome reto (eu, tu, ele, etc.), pronome oblíquo (me, te, lhe, etc.) e pronome reflexivo (me, nos, se, etc.). O emprego de cada um dos pronomes é determinado pela função que desempenham na sentença. O pronome reto, por exemplo, desempenha função de sujeito, ao passo que o pronome oblíquo exerce a função de objeto (complemento verbal).
Apesar de associarmos o emprego dos pronomes pessoais às funções que eles exercem na oração, certas construções são determinadas pela presença de preposições que antecedem os pronomes. Trata-se de uma convenção da Gramática Tradicional. Porém, o emprego inadequado desses pronomes torna-se um problema de linguagem.
A seguir apresentamos algumas preposições que exigem ora o pronome reto ora o pronome oblíquo como complemento:
1. AFORA, MENOS, EXCETO: emprega-se pronome reto
Exemplo:
Todos trouxeram o almoço de casa, menos eu. [Adequado]
2. ENTRE: emprega-se pronome oblíquo tônico
Exemplo:
Não há vínculo algum entre mim e ti. [Adequado]
É importante lembrar que as formas plurais dos pronomes oblíquos tônicos são idênticas às formas plurais do pronome reto: nós, vós, eles/elas. Portanto, quando empregado após a preposição "entre", deve-se ter claro o fato de que não se trata de uso do pronome reto, mas sim de uso do pronome oblíquo.
Exemplo:
3. ATÉ: emprega-se pronome oblíquo tônico, quando expressa movimento
Exemplos:
Cláudio levou até si os documentos que deveria assinar. [Adequado]
Tragam até mim aquela planilha de custo. [Adequado]
Quando a palavra "até" indicar inclusão, deve-se empregar o pronome reto. É importante salientar que, nesse tipo de construção, "até" não mais funciona como preposição, mas sim como uma palavra denotativa.
Exemplos:
Ninguém gostava daquele doce; até eu que não recusava essas coisas. [Adequado]