Basílio da Gama

(1741 - 1795)

DADOS BIOGRÁFICOS

José Basílio da Gama nasceu, em 1741, no Arraial de São José do Rio das Mortes, hoje Tiradentes, Minas Gerais. Quando foi decretada a expulsão da Companhia de Jesus do Brasil, em 1759, foi noviço no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. Fugiu para Roma, onde fez parte da Arcádia Romana, sob o pseudônimo de Termindo Sipílio. Foi a Portugal, e lá foi preso e condenado ao degredo na África. O epitalâmio para as bodas da filha do Marquês de Pombal livrou-o do exílio e lhe deu a confiança de Pombal, de quem tornou-se secretário.O Uraguai (1769) revela seu antijesuitismo e sua subserviência ao déspota. Permanece no Brasil, na época mais efervescente do ciclo da mineração. Faleceu em Lisboa, a 31 de julho de 1795.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

O Uraguai [ver Antologia] , obra principal de Basílio da Gama, parte de um tema contemporâneo do autor, a louvação de Pombal e o heroísmo indígena. Apesar de não ser assunto tão grandioso para o gênero épico, consegue criar uma poesia de boa qualidade, ágil, expressiva, e, no conjunto, a melhor que se fez na época entre nós. Os versos, em decassílabos brancos e sem divisão de estrofes, distribuem-se em apenas cinco cantos (proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo). Esse tipo de verso e o movimento oscilatório entre os decassílabos heróicos e sáficos apressam a estrutura do poema, tornando-o mais lírico-narrativo do que épico.

Devido à intenção política do poeta, homenagear o Marquês de Pombal e repudiar os jesuítas, cai no laudatório e no caricato. Fugindo da estrutura camoniana, não se utiliza da mitologia, mas adota o maravilhoso, através do exótico e do primitivismo indígena; é o advento do índio como tema literário. Sem cair no lugar comum do bucolismo do Arcadismo, exalta a natureza e o "bom selvagem". As imagens densas e rápidas da natureza revelam já um direcionamento para o paisagismo do Romantismo.

PRINCIPAIS OBRAS

Epitalâmio às Núpcias da Senhora Dona Maria Amália; O Uraguai (poemeto épico,1769); Quitúbia (poemeto heróico celebrando um chefe africano que nos auxiliou na guerra dos holandeses, Lisboa, 1791)

Ver também:

Resumos

Antologia

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