NUM TREM DE SUBÚRBIO

No trem de ferro vimo-nos, um dia,

E amarmo-nos foi obra de um momento,

Tudo rápido, como a ventania,

Como a locomotiva ou o pensamento.

– "Amo-te!"

– "Adoro-te!"

A estação primeira

Surge. Saltamos nela ao som de um berro.

Nosso amor, numa nuvem de poeira,

Tinha passado, como o trem de ferro.

OLIVEIRA, Alberto de. Poesias. In: Nossos Clássicos. Rio de Janeiro: Agir Editora, 1959, p.46

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