Padre Antônio Vieira

(1608-1697)

DADOS BIOGRÁFICOS

Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608. Veio para a Bahia, aos seis anos de idade, ingressando pouco tempo depois no Colégio dos Jesuítas, do qual não mais se afastou. Iniciou sua carreira de pregador em 1633; viajou para Portugal, tão logo soube que este havia se libertado do domínio espanhol (A Restauração). Em 1641, já havia proferido alguns sermões que o tornaram famoso. Em Portugal participou ativamente da vida política da época, colocando-se em defesa dos cristãos-novos e suscitando ódio da Inquisição, que o prendeu. Anos depois, regressou ao Brasil e se estabeleceu no Maranhão, dedicando-se à evangelização dos índios e à defesa destes contra os colonos. Tal conflito terminou com sua expulsão e de toda a Companhia. Novamente em Portugal foi perseguido e processado pela Inquisição; após o perdão, viajou para Roma, onde pregou durante alguns anos.Retornou definitivamente à Bahia em 1681, onde reviu e organizou seus sermões para publicação. Morreu em 1697, no Colégio da Bahia.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

Dividido entre Portugal e Brasil, Vieira foi um produtivo escritor do Barroco brasileiro, que se impôs como teórico e como modelo. Sua obra constitui-se de 200 sermões, entre os quais o Sermão da Sexagésima [ver Antologia], cerca de 500 cartas – importantes documentos históricos que abordam a situação da Colônia, a Inquisição, os cristão-novos, a relação entre Portugal e Holanda, entre outros fatos – e profecias. À parte suas opiniões proféticas, que revelam nacionalismo exacerbado e um servilismo extraordinário dos jesuítas, e as inúmeras cartas, abordando os mais diversos assuntos, o melhor de sua obra encontra-se nos sermões que, em linguagem simples e sem torneios de estilo, revelam extraordinário domínio da língua, imaginação, sensibilidade, humanidade e convicções.

Utilizando-se da retórica jesuítica no trabalho das idéias e conceitos, Vieira mostrou-se um barroco conceitista, no desenvolvimento de idéias lógicas, destinadas a persuadir o público, e clássico na clareza e simplicidade de expressão. Seus temas preferidos foram: a valorização da vida humana, para reaproximá-la de Deus, e a exaltação do sofrimento, porque nele está o caminho da salvação.

PRINCIPAIS OBRAS

Sermões

Sermão do Bonsucesso das Armas de Portugal contra os de Holanda (Bahia, 1640); Sermão da Sexagésima (Lisboa, 1655); Sermão de Santo Antonio aos Peixes (Maranhão, 1653); Sermão da Primeira Dominga da Quaresma (Maranhão, 1653); Sermão do Mandato (Lisboa, 1643); Sermão do Rosário (Bahia, 1633).

Obras de Profecia

História do Futuro; História de Portugal; Esperanças de Portugal;Clavis Prophetarum.

Ver também:

Antologia

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