A concordância nominal, obrigatória em língua portuguesa, procura colocar em harmonia nomes e determinantes. Já a concordância verbal, também obrigatória na língua, busca a harmonia entre o verbo e o seu sujeito.
Existem algumas expressões que se formam a partir dos verbos SER, ESTAR ou FICAR + verbo no PARTICÍPIO. Nesse tipo de construção, ambos os verbos devem concordar com o núcleo do sujeito ao qual estão ligados.
Exemplos:
Tuas sugestões de investimento serão rejeitadas. [Adequado]
...[sujeito: tuas sugestões de investimento]
...[núcleo do sujeito: sugestões]
...[sugestões: palavra feminina plural]
Infelizmente, aqui os juros estão embutidos nos preços. [Adequado]
...[sujeito: os juros]
...[núcleo do sujeito: juros]
...[juros: palavra masculina plural]
O particípio é uma forma nominal do verbo, por isso, se comporta como um adjetivo. Desse modo, os verbos no particípio flexionam-se em gênero e número. Em geral os verbos no particípio apresentam-se acompanhados de outros verbos (auxiliares), formando uma locução verbal. Os verbos auxiliares (ser, estar, haver e ter) e eventualmente o verbo "ficar", quando parceiros de verbos no particípio, flexionam-se em pessoa, número, tempo e modo.
Em síntese: nesse tipo de locução verbal, os verbos no particípio devem concordar com o sujeito em gênero e número, já os verbos auxiliares e o verbo "ficar" devem concordar com o sujeito em número e pessoa.
Isso se dá mesmo quando o sujeito aparece depois do verbo ou locução verbal (sujeito posposto).
Exemplos:
Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. [Adequado]
...[sujeito: as visitas diurnas]
...[núcleo do sujeito: visitas]
...[visitas: palavra feminina plural]
Foi corrigido o valor das moedas locais [Adequado]
...[sujeito: o valor das moedas locais]
...[núcleo do sujeito: valor]
...[valor: palavra masculina plural]