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O que são (3): fim de carreira

Finalmente, para terminarmos de delimitar tudo aquilo que tradicionalmente se considera como palavra composta, há ainda aqueles exemplares cujos componentes se aglutinaram de tal forma, provavelmente em decorrência da freqüência de uso, evolução e subseqüente "desgaste" ao longo da história da língua, que dificilmente um falante os perceberá sequer como uma combinação, a não ser que lhe ensinem isso. É o caso, por exemplo, de "embora" (em+boa+hora), "fidalgo" (filho+de+algo), compostos notadamente em fim de carreira. Vindo não muito atrás pelo mesmo caminho, encontramos também "aguardente" (água+ardente), "vinagre" (vinho+agre) e "dedurar" (dedo-durar).

São os chamados compostos por aglutinação ou aglutinados, em que os falantes até podem sentir de pronto mais de uma raiz (como talvez aconteça com "vinagre" e dificilmente com "aguardente"), mas sempre percebem que se trata de um bloco morfológico e fonético único, não bipartido. Perceba como um dos elementos perde completamente o acento tônico, nesses casos, comparando, por exemplo, "aguardente" ou "vinagre" (os menos dissimulados) com "pára-quedas", "surdo-mudo", etc.

É por isso que, como fizemos com os compostos eruditos, abandonamos aqui os aglutinados, devido ao fato de seu estatuto como compostos não passar de uma curiosidade e definitivamente não estarem envolvidos em dúvidas comumente associadas à classe dos compostos.

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